sábado, 5 de novembro de 2011

Muito melhor do que os contos de fadas.




Lembro como se fosse hoje o dia em que nós nos conhecemos, meu coração estava aflito. Nó no esôfago, formigamento na traquéia, uma mistura de sensações tão boas e tão estranhas que eu não sabia direito se eu queria ou não queria aquilo tudo. No instante em que você encostou o dedo na minha mão achei que meu coração iria parar de bater. Parar pra depois recomeçar, como se fosse novo. E foi o que aconteceu.

Imaginei muitas coisas, tinha muitas teorias sobre o amor. Falava aos quatro ventos o que eu achava, filosofava a respeito, coitada de mim. Eu não sabia era nada. Meu coração estava meio cansado, eu estava no buraco da exaustão, amores bandidos dão muita dor de cabeça. Meus sentimentos estavam indispostos, sobrecarregados, com energia ruim. Quando te olhei pela primeira vez antes de te beijar pela primeira vez, presta atenção, eu sabia. Sabia que aquilo não era só um beijo e que não pararíamos no primeiro abraço. Da mesma forma que eu escrevo cartas em série, naquele dia começou uma série que foi dando espaço pra uma coisa que era uma emoção, um frio na barriga, um encantamento suave, que foi surgindo primeiro através de palavras, letras e frases e depois foi se transformando através de gestos, olhares, beijos na testa.
Era noite, eu havia chegado em casa cansada e estava um pouco triste. Falamos por telefone, você ouviu toda a minha história (que era enorme), ouviu de um jeito atento, carinhoso, atencioso, prestando atenção. Senti, apesar de você estar do outro lado da linha, uma segurança tão grande, uma proteção, parecia que eu estava dentro do teu abraço. Fiquei mais leve, melhor; desligamos. Fechei os olhos e senti uma coisa quente dentro do peito. Eu amo esse cara, pensei. E te mandei uma mensagem no celular. Nunca vou esquecer aquela madrugada. E me você ligou de volta. 
Eu acreditava em príncipes encantados, mesmo depois de grande, mulher feita. Depois de pegar a contramão e entrar em ruas erradas diversas vezes parei um pouco de acreditar. Você apareceu. Muito melhor do que os contos de fadas, filmes românticos e livros melosos. O melhor de todos, porque é meu. Porque é real. E porque é muito, muito amado. O amor da minha vida. Ou das que eu viver.  

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