quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Está tudo acabado entre nós.


Final de ano sempre me deixa meio deprimida e ainda mais confusa do que sou naturalmente. Isso acontece quando nos faltam alguns pedacinhos por dentro. É que bem lá no fundo eu queria tantas coisas pequenas, mas que fariam toda diferença. Queria dar um abraço daqueles de urso, bem apertado e cheio de saudade, em alguém que não vai estar aqui no meu Natal mais uma vez. Queria que a noite de Natal fosse quente e feliz, como foi um dia. Queria que ele me trouxesse a FELICIDADE numa caixinha delicada com um tope vermelho em cima. Queria entrar no ano novo de mão dadas com ele. Queria que o meu primeiro abraço do ano fosse dele e vice-versa. Queria que ele desejasse que o meu ano fosse feliz. 
Talvez assim, o ano realmente seria feliz. 
Mas nada disso vai acontecer e é essa certeza que me transforma em outra Andressa quando chega o Dezembro. Por isso vim me despedir do Dezembro e dizer tudo que esta guardado...


É, Dezembro, parece que a nossa relação está chegando ao fim. Não que eu fique triste, me desculpe a franqueza, mas de uns tempos pra cá não tenho simpatizado muito com você. A verdade muitas vezes fere, mas você sabe que prefiro a sinceridade do que a enrolação. Chega de meio termo, meio sorriso, meia verdade... 
Sempre falo, mas você nunca ouve. Não fique influenciando Novembro. Deixe ele quieto, coitado do mês. Mas você fica ali, buzinando no ouvido dele, então o pobrezinho se agita, acha que precisa marcar presença, te agradar e começa a pendurar um monte de Papai Noel em portas e sacadas. Isso não se faz, Dezembro, tome jeito no próximo ano, por favor.
Quero te contar uma coisa. Vai doer, mas preciso contar: muita gente te detesta, não sou só eu. Já percebeu a grande festa que todo mundo faz quando você vira as costas? Só as crianças são loucas por você (na verdade, elas amam os presentes, isso sim. Na verdade, você é o grande inventor do Papai Noel. Enganar criança não é nada legal, Dezembro.) 
Adoro ver você indo embora devagarinho. 28, 29, 30 são meus dias preferidos, mas gosto mesmo é o seu último dia de vida. O mundo inteiro comemora a sua ida. Fogos de artifício, música, abraços.
Dezembro, antes de ir embora senta aqui comigo, vamos fazer um brinde. Eu não guardo mágoas. Vem cá, me dá um abraço. Depois pode ir, viu? Nos encontraremos de novo, daqui 11 meses.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um coração puro, que de tão puro sofre.






Sempre ouvi dizer que a vida ensina e que o tempo cura tudo. Mas hoje preciso te contar que certas coisas a vida ainda não fez o favor de me ensinar e que o tempo se atrasou e ainda não veio me libertar de certas coisas.
Eu queria ser e ter algumas coisas que com certeza nunca vou alcançar. Queria ter um coração menorzinho que não se metesse nas dores dos outros. Queria uma sensibilidade contida, pois a minha nunca se segura. Queria que esse sentimento que nunca dorme me deixasse, só por algumas horas. Queria que a verdade não fosse tão impulsiva em mim. Mas não tem jeito. Sou eu e meus defeitos. Eu e toda essa enxurrada de emoção, amor, contradição, tumulto... Eu e essa multidão. Porque eu sou uma multidão de sentimentos todos os dias. E isso me assusta.
O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Tenho mágoas que já foram superadas, mas se lembro bem, se lembro forte, se penso nelas eu choro. E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem.  Tenho ciúme, tenho medo de perder quem é essencial na minha vida. Tenho medo de me perder de algumas (bem poucas) pessoas.
A vida me ensinou a perdoar os outros. Mas fez questão de me mostrar que a gente pode perdoar sem esquecer. Aceito que as pessoas errem uma ou dez vezes, desde que se arrependam com o coração.
Agora, o que a vida ainda não me ensinou  foi a me perdoar. Me condeno, me mando para a cadeia, para a solitária, como pão e água. Cumpro minha pena e nem assim descanso. Ninguém nunca me disse que eu precisava ser forte. Um dia, sei lá quando, eu resolvi que ia ser. Sempre fui aquela que ouviu todo mundo, automaticamente achava que tinha que dar força para os outros. Meus assuntos sérios e profundos eu raramente divido com alguém. Penso que a vida é minha, o problema é meu. Não gosto de preocupar as pessoas que amo. Minhas tristezas, coisas chatas e ruins ficam aqui, bem aqui dentro.
Quer saber uma verdade? Isso cansa. Vejo tanta gente dizendo que eu sei tudo, que eu posso ajudar, que isso, que aquilo. Eu não sei nada, apenas me sintonizo com minhas emoções, apenas escuto o meu coração. Ele fala tanto que deixa tonta. Cansei de ser forte, cansei de tentar fazer tudo ao mesmo tempo, cansei de não conseguir dormir direito pensando nos problemas e dores dos outros, cansei de não conseguir sossegar meu pensamento, cansei de esconder meu lado frágil, inseguro, cansado.
É, cansei. Mas essa sou eu, e eu não posso mudar. Nada de mudanças. Só tenho permissão para recomeçar.
Um anjo, desses aque aparecem assim do nada na vida da gente, me ensinou que a gente deve respirar bem fundoooooo e recomeçar. E é isso que vou fazer. Afinal, meu anjo, sabe que sempre tem razão.

sábado, 5 de novembro de 2011

Muito melhor do que os contos de fadas.




Lembro como se fosse hoje o dia em que nós nos conhecemos, meu coração estava aflito. Nó no esôfago, formigamento na traquéia, uma mistura de sensações tão boas e tão estranhas que eu não sabia direito se eu queria ou não queria aquilo tudo. No instante em que você encostou o dedo na minha mão achei que meu coração iria parar de bater. Parar pra depois recomeçar, como se fosse novo. E foi o que aconteceu.

Imaginei muitas coisas, tinha muitas teorias sobre o amor. Falava aos quatro ventos o que eu achava, filosofava a respeito, coitada de mim. Eu não sabia era nada. Meu coração estava meio cansado, eu estava no buraco da exaustão, amores bandidos dão muita dor de cabeça. Meus sentimentos estavam indispostos, sobrecarregados, com energia ruim. Quando te olhei pela primeira vez antes de te beijar pela primeira vez, presta atenção, eu sabia. Sabia que aquilo não era só um beijo e que não pararíamos no primeiro abraço. Da mesma forma que eu escrevo cartas em série, naquele dia começou uma série que foi dando espaço pra uma coisa que era uma emoção, um frio na barriga, um encantamento suave, que foi surgindo primeiro através de palavras, letras e frases e depois foi se transformando através de gestos, olhares, beijos na testa.
Era noite, eu havia chegado em casa cansada e estava um pouco triste. Falamos por telefone, você ouviu toda a minha história (que era enorme), ouviu de um jeito atento, carinhoso, atencioso, prestando atenção. Senti, apesar de você estar do outro lado da linha, uma segurança tão grande, uma proteção, parecia que eu estava dentro do teu abraço. Fiquei mais leve, melhor; desligamos. Fechei os olhos e senti uma coisa quente dentro do peito. Eu amo esse cara, pensei. E te mandei uma mensagem no celular. Nunca vou esquecer aquela madrugada. E me você ligou de volta. 
Eu acreditava em príncipes encantados, mesmo depois de grande, mulher feita. Depois de pegar a contramão e entrar em ruas erradas diversas vezes parei um pouco de acreditar. Você apareceu. Muito melhor do que os contos de fadas, filmes românticos e livros melosos. O melhor de todos, porque é meu. Porque é real. E porque é muito, muito amado. O amor da minha vida. Ou das que eu viver.  

domingo, 23 de outubro de 2011

Até quando você aguenta?






Viver era um pouco mais fácil antes de tudo isso acontecer. Não sei se você me entende, mas esse aperto no peito, esse nó na garganta, esse enjoo, essa dormência, esse formigamento, essa falta de ar, esse medo todo não são bons companheiros. Bem que tudo podia voltar a ser como antes, quando o que mais me assustava eram os temporais e as lagartixas no teto. Hoje eu não sei se consigo. Aliás, sei sim. Eu consigo. Mas me custa muito. Me custa caro. Tira a minha paz. Tira meu sono. Tira minha tranquilidade. Faz com que eu não me sinta tão capaz, tão segura, tão dona de mim. Eu, que sempre quis controlar tudo, dominar tudo, fazer tudo me sinto pequena, fragilizada, encolhida. Quando olho pela fresta das minhas janelas de dentro vejo uma menina com olhos arregalados, espantada com sintomas que chegam sem pedir licença.
Eu sei, eu sei que tem muita coisa que a gente não entende agora. Sei que tudo tem explicação. Não culpo a vida. Mas sempre penso: por que ele foi embora? Poxa vida, uma alma tão boa, uma pessoa tão doce, tão incrível, tão especial... Sei que se ele ainda estivesse aqui tudo seria melhor, mais calmo, mais certo, mais colorido e doce.
Meu avô, onde quer que esteja, deve ter se decepcionado com a nossa 'familia' agora. Ele, que pregava a união familiar, deve estar vendo o quão "unida" a família está agora. É triste ver uma família aos pedaços, principalmente quando é a SUA. É triste, mas é a realidade. Depois que ele nos deixou eu mudei. Mudei muito, muito mesmo. Minha família mudou. As coisas mudaram. Uma perda faz com que a gente se transforme e (re)conheça as pessoas. Estou com saudade, é isso. Eu sei.
Mas acontece que a última imagem que eu tenho dele me faz pensar em como a vida é delicada, pequena, frágil. Me lembro e fico arrepiada. A imagem é nítida, real, clara, como se tivesse acontecendo agora.

Olhei para foto dele que fica ali na estante. Comecei a chorar.  Não aquele choro de soluço, são lágrimas quentes que brotam nos meus olhos e descem pelo meu rosto, procurando a chegada. A chegada do fim, o lugar em que elas possam repousar, morrer. Elas precisam de aconchego. Lágrimas não gostam de solidão. Precisam saber que podem parar em algum lugar, dar a mão pra outra e pra outra e pra outra que ta vindo ali, oh.
O rímel está borrado, lágrima esta preta, olho vai ficar inchado. Mas eu não quero que ele me veja assim.
Ele tem que me ver bonita. É. E sorrindo. E feliz. E é assim que eu vou ficar.
Vô, a fase vai passar quando a gente se encontrar. Vou lavar o rosto e, de repente, apareço por aí. Assim, como quem não quer nada.


A saudade faz a gente não ter palavra. Faz a gente não cumprir promessa.


 

sábado, 22 de outubro de 2011

Ins-pirações




Do meu amor nem eu sei. Quem sabe não é você? Quem sabe não sou eu? Quem sabe não somos nós? Quem sabe? Você sabe?
Eu e as minhas reflexões: andei pensando no que quero. No fundo, é uma equação longa e simples. É que eu sou complicada e tão simples ao mesmo tempo. Às vezes eu acordo de bem com a vida, com o mundo e comigo. Lá pelas tantas uma mini-coisa, um mini-curto-circuito. É tudo mini e causa um estrago imenso e abala profundamente o meu humor e me deixa de cara e brava e irritada e chateada e meio assim.
Na minha vida não é 'quando', mas 'como' que faz a diferença. Não gosto de adiar, é preciso viver. E viver intensamente. 
Sei que é estranho, mas se eu gosto de você e não me importa se te conheço há anos ou minutos. Eu gosto e pronto. Me sinto bem, me sinto leve e feliz quando você está aqui. A felicidade dá medo, principalmente para quem nunca a teve. E quando ela está aqui, na palma da mão, dá frio na barriga só de pensar que ela pode ir embora. Mas não pode ser assim, temos que deixar ela solta e livre.
A paixão é um extremo, tira do foco. A gente age por impulso. O desejo salta pela boca, a falta berra pelos olhos. A paixão pode enlouquecer. Nunca me reconheci apaixonada.
O amor vem com a maturidade emocional. É preciso estar preparado para a chegada dele. O amor é calmo. Ele não causa transtornos psicológicos. Com o amor vivemos estudando. E essa é a grande graça da vida: nunca deixarmos de aprender.
Quem ama não se perde, eu penso assim. O amor nada mais é do que a união de histórias. A gente une e vira uma espécie de pedreiro, pois o amor é construção.

domingo, 9 de outubro de 2011

Não é errado o amor ter chegado na última gota.



Pensei em sumir. Desaparecer. Despistar. Morrer. Só que eu não vou. Vou me esforçar e acreditar que tudo vai ficar bem. A esperança nos mantém vivos, certo? A fé nos faz andar para a frente, certo? Então tá certo. Ficamos combinados dessa forma. Não espere poesia, linhas bem feitas, palavras bonitas. Simplesmente não posso. Agora não. Não sou de ferro. E está doendo.
É algum tipo de frio na barriga, interrogações deslizando pelas mãos suadas, uma urgência em saber se aquilo era ou não pra ser. É que um dia alguém me ensinou que: 'Quando é pra ser a gente sente'. Eu sempre quis que fosse pra ser, mas nunca foi. Com isso, me distanciei de mim, das coisas que eu acreditava, dos meus principios. Deixei para trás os sonhos. Esqueci como fazia para acordar feliz todos os dias. Mas o que mais doeu foi me distanciar de você. É uma dor que mastiga lentamente cada pedacinho de mim aqui dentro. 
Um dia você ajeita o jardim, planta flores, deixa tudo enfeitado. O tempo passa e você deixa as flores sem água, elas secam e aos poucos vão morrendo. Até o dia que você acorda e não sente mais o perfume, não encontra mais as cores. Tudo está seco, vazio, feio, morto. 
A vida não era para ser assim, droga! O mundo não para, eu sei, mas para mim ele parou agora e parece que nunca mais vai se mover.
As coisas só nos deixam quando nós abrimos a porta para elas saírem. É preciso olhar para dentro e, só depois, abrir as janelas. O primeiro passo para isso é falar, colocar para fora, gritar (se preciso for). Não é fracasso alguém não nos querer mais. Não é errado o amor ter chegado na última gota. 
Fingir um sentimento, forçar uma relação, ser infeliz e continuar aceitando a situação... Isso sim, na minha visão, é RIDÍCULO. Tenho certeza que você não quer dormir nos braços da tristeza e despertar com um beijo de mentira.
O destino não pertence a mim. Nem a você. Espero que você encontre um caminho que te leve até a verdadeira felicidade. Mas não demora muito para se encontrar, se decidir e seguir (se desejar), porque eu não consigo prender a respiração por muito tempo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sempre foi assim.



 "A pior dor é aquela que ninguém vê, só a tristeza."

Ontem dormi chorando, e hoje não acordei diferente. Sabe, eu só queria ser boa. É, é isso mesmo. Eu queria ser boa o suficiente para você se orgulhar de mim. Por isso, pintei vários quadros. Por isso, queria chamar a sua atenção. Queria um elogio, algo assim. Queria que você lesse meus textos, se orgulhasse de mim, das minhas conquistas. Mas você se detém nos meus tropeços. Usa escudos, não se aproxima. Você não sabe o quanto me magoa a cada vez que me agride com as palavras e não entende a minha subjetividade. Eu vejo a vida de uma forma bonita. Tenho olhos de otimismo, um coração cor-de-rosa que nunca para, uma emoção que vive de braços abertos.
Eu queria os seus braços abertos. Não queria críticas, nem cobranças, nem caras feias. Queria colo, atenção, queria que pelo menos uma vez você secasse as minhas lágrimas. Sabe, sempre tive vergonha de chorar na sua frente. Me sinto boba, fraca, quase infantil. Antes, eu batia portas, gritava, brigava... Hoje, fujo, me escondo e  choro. A verdade é que eu sempre esperei que você fosse atrás de mim, me abraçasse. Meu Deus, quantas vezes esperei por um abraço que nunca veio. O teu. Mas não tem problema, afinal, Deus sempre me trouxe outros abraços, me deu outros colos que preenchem esse vazio que você deixou. 
Tenho defeitos. Muitos deles. E você sempre me apontou cada um. Por favor, entenda que você tem defeitos também. Eu busco evoluir, crescer, aprender a andar com as próprias pernas, mas sinto que você não sorri com minhas conquistas. Nunca fui boa o suficiente para você. Você não vê a vida como eu, não vê graça no meu caminho, acha burrice e bobagem tantas coisas que me importam demais.
Hoje, depois de uma noite longa e fria, estou mais madura e um pouco mais serena. Entendi que não tenho que provar nada, nem ficar tentando agradar sendo quem não sou. Eu sou essa que você está vendo e, sim, tenho falhas. E, sim, sou pura emoção. Talvez você não tenha percebido, mas eu carrego algumas cicatrizes, feridas que não fecharam direito, coisas mal resolvidas. Quero me livrar disso tudo e seguir em frente. Espero que você se livre das coisas ruins e me acompanhe também. Nunca é tarde para aparar arestas. Vem.